quinta-feira, 3 de junho de 2010

Na saúde e/ou na doença

Não gosto nem de pensar nesse meu novo problema de saúde que dirá falar dele e ainda mais para preocupar vocês. Poderia muito bem omitir por mais um tempo, mas como o outro problema, o da depressão já não era suficiente e já estava muito batido ou manjado, decidi então contar tudo a vocês numa tentativa quase desesperada de convencê-los de que devo estar com a saúde em aproximadamente 60% e que por isso tenho deixado de fazer muitas coisas e não por preguiça ou má vontade minha.

Não digo isso pra reforçar minha imagem ou condição de vitima r pra que vocês tenham pena de mim e nem também pra que finjam não ter pena, mas que possam levar em conta e considerarem que na realidade, de fato estou doente.

Se a minha suspeita for confirmada, a tal doença que peguei não tem cura e não pretendo passar o resto da vida ingerindo remédios todos os dias. Prefiro ficar alejado ou até mesmo a morte do que ter que tomar medicamentos por tanto tempo.

Um homem deve poder escolher como será o final de sua historia. Já que não podemos escolher quando será esse final. Aliás, já não escolhemos também como, quando e onde nascemos.

Eu até poderia me entupir de remédios se fosse pelo amor do meu filho por mim ou pelo amor de uma mulher por mim, ( esse amor de uma mulher por mim é quase impensável) mas apesar de saber que meu filho me ama, eu o sinto cada vez mais distante de mim, tanto é verdade que sei que a mãe dele ainda não se mudou para minas Gerais com o marido e os outros filhos só por causa da vó dela, pois sabe que o Pedro é muito apegado com a bisavó e a bisavó com ele. Provavelmente quando a vó da Danielle faltar, o que não deve está muito longe, ela vai carregar o Pedro para minas. A menos que Pedro queira ficar com meus pais adotivos e ou meus pais adotivos queiram ficar com ele, em resumo para todos os efeitos eu não faço e não faria diferença alguma, pelo contrário, é no mínimo extraordinária a forma como a Danielle tem conseguido me desconsiderar absolutamente como pai do Pedro. E é óbvio que ela está certa nisso, porque eu sou mesmo o culpado de tudo isso. Mas só consigo ficar ainda mais profundamente triste e magoado comigo mesmo e com a Danielle.

Outra prova de que é verdade a minha incapacidade de pai, é que lá onde ele mora eu mal posso parar por muito tempo, quando raramente vou visitá-lo procuro sair o mais rápido que posso dali. Em uma das minhas recentes visitas a bisavó dele queria que eu o ensinasse os deveres da escola... já não faço isso há muito tempo principalmente por não ter lugar para fazer, lá onde ele mora o ambiente é péssimo não só por eu não gostar das pessoas dali como também porque não encontro nem o espaço e nem sossego necessários para isso. Lembro-me da ultima vez que tentei ensinar o dever ao Pedro no lugar onde morava antes e a casa estava cheia de gente, a televisão ligada com o som no volume máximo, enfim... uma tragédia... muitas coisas que vejo lá tenho vontade até de contar a meus pais adotivos mas acabo nem falando por vergonha e também por receio de desestimulá-los a ajudar o Pedro. Daria para trazê-lo para ensiná-lo em minha casa ou na casa de meus pais adotivos, porém a maior dificuldade nisso são pelo menos duas: Primeiro que isso exigiria na minha ida duas vezes, em dois momentos diferentes do mesmo dia aquela casa pela qual sinto verdadeira repugnação, que me faz querer vomitar só de pensar e depois também a dificuldade de do andar a pé, ir e voltar a pé de um lugar para o outro para mim nem é tão difícil pois estou acostumado mas para o Pedro. Seria muito complicado pois algumas vezes talvez meu pai adotivo ou meu irmão Marcelo até poderia nos dar uma carona ou na ida ou na volta mas, só algumas vezes não seria suficiente e a dificuldade continuaria a existir.

Hoje mesmo fui visitá-lo porque ele me ligou e cobrou de mim que eu aparecesse para vê-lo e eu queria sair com ele. Ia levá-lo a uma lan-house ali perto de onde ele mora, mas acabou que não o encontrei em casa. Para verem a diferença eu posso pegá-lo para ir na lan-house já que fica bem ao lado da casa dele e mesmo assim não é sempre que faço isso justamente pois quero evitar de ver aquela família, quanto menos eu puder vê-los e quanto mais longe estivermos é bem melhor ou bem menos ruim para todos. Infelizmente, recentemente já nem me sinto mais a vontade para pegar o Pedro para ir na lan-house porque já percebi o novo jogo da Dona Ilza, a bisavó do Pedro, ela pede para eu ensiná-lo, ai eu digo que não posso ou que tento ensinar outra hora e então ela vai dizer, aliás provavelmente já deve ter dito a Danielle e a Deus e o mundo que eu sou capaz de levar o Pedro para lan-house mas não sou capaz de ajudá-lo a fazer os deveres da escola, ou seja, vai fazer todos acreditarem que além de não ajudar ainda atrapalho o Pedro a estudar.

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